Acessibilidade
Procurar

SNAQ

Você está aqui: Inicío » Faça-se Sócio
Quinta, 02 Maio 2024

Estado reforça capital das Estradas de Portugal em 689 milhões

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

Por Ana Suspiro com agências ini Online - 07/08/2014

infraestruturas-portugal-comicaAntónio Ramalho vai liderar comissão que prepara fusão da EP com a Refer que pode recorrer a consultores externos para apoiar o processo

A Estradas de Portugal (EP) recebeu um reforço de capital no primeiro semestre de 689 milhões de euros. Parte desta operação foi feita através da conversão de 371 milhões de euros de empréstimos do accionista Estado (suprimentos e juros) em capital.

O remanescente, 318 milhões de euros, correspondeu a entrada de dinheiro fresco que permitiu cobrir a diferença negativa entre recebimentos e despesas, segundo comunicado da EP.

O aumento de capital é neutro para défice público, uma vez que a empresa está incluída nas contas do Estado. A operação permitiu à gestora da rede rodoviária reduzir a dívida líquida para 2830 milhões de euros e os encargos com juros. O reforço faz parte do processo de saneamento das empresas públicas de transportes e infra-estruturas e antecede a concretização da fusão entre a Estradas de Portugal e a Refer - Rede Ferroviária Nacional.

Um despacho dos secretários de Estado do Tesouro e das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações criou ontem uma comissão de planeamento para preparar a fusão das duas empresas que vai dar origem à Infra-estruturas de Portugal (IP). O coordenador é o presidente da EP, António Ramalho, gestor que é apontado como o presidente da nova empresa. Entre os trabalhos a desenvolver estão a definição do modelo jurídico da fusão e do respectivo governo de sociedade, o plano estratégico e de negócios para o triénio 2015/7, o desenho do modelo organizacional e a estratégia de alienação de património e captura de sinergias.

Uma das missões mais complexas passa contudo pela definição da estratégia de sustentabilidade financeira, que prevê explorar oportunidades de financiamento europeu. As duas empresas têm passivos elevados e enfrentam grandes limitações no financiamento público ao investimentos em infra-estruturas. O recurso extensivo à banca deixou de ser uma opção.

O despacho prevê que a comissão possa propor à tutela a contratação de consultores externos para apoiar o processo. A comissão cessa funções com a nomeação do novo conselho de administração conjunto.

O novo grupo irá concentrar cerca de 4000 trabalhadores, e o presidente da EP reafirmou ontem que ninguém pode garantir a segurança de todos os postos de trabalho. A fusão é para estar concluída até final do ano. António Ramalho defendeu ainda que as duas empresas separadas não são sustentáveis.

O gestor falava na apresentação dos resultados semestrais em que a EP anunciou lucros de três milhões de euros, valor que traduz uma queda de 76% face a igual período de 2013. O semestre foi marcado por uma queda acentuada da actividade e receitas de construção, com a redução do investimento das concessões, e um aumento dos gastos com a entrada em pagamento este ano de quatro subconcessões. As receitas cresceram 7%, com destaque para a subida de 8% nos proveitos com portagens.

No segundo semestre arrancam as obras de conclusão do Túnel do Marão adjudicadas por 146,4 milhões de euros.

 

Comentário SNAQ:

Despedimentos, disse ele! Sobre esta questão António Ramalho não tem dúvidas.
Afirma ainda que as duas empresas separadas “não são sustentáveis”. A explicação de porque se fundem duas coisas completamente distintas que nada têm em comum; porque se avança numa direcção que nenhuma grande e próspera nação europeia seguiu; pois sobre isso nem uma palavra. Para as dúvidas estarão cá os “consultores externos”.
Pela nossa parte não temos qualquer dúvida: única fusão que faz sentido é fundir o que nunca devia ter sido separado: REFER, CP, EMEF.
A fusão EP-REFER só serve para iludir a opinião pública sobre o financiamento público de novos elefantes brancos, de mais PPPs.
É mais um produto da máquina de destruição maciça do Governo.
Destruição de postos de trabalho qualificados e especializados.
Aniquilamento do transporte ferroviário público.
Pela nossa parte contarão com o firme combate na defesa dos postos de trabalho e na defesa da REFER como parte integrante da CP.