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Quinta, 02 Maio 2024

Empresas públicas recebem 6,2 mil milhões para sanear contas

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Por Hermínia Saraiva in Diário Económico de 16 de Outubro de 2014

governodeportugal-logoDívida - Executivo vai reforçar o capital das empresas de transportes. Metro de Lisboa, Refer, CP ou Estradas de Portugal recebem um perdão de dívida na ordem dos 2,2 milhões de euros.

O Governo prevê uma despesa na ordem dos 6,4 mil milhões de euros com o sector empresarial do Estado, com claro impacto no sector dos transportes. A verba, que se destina a sanear as contas das empresas públicas a braços com uma dívida que, no final do primeiro trimestre, chegava aos 32 mil milhões de euros, será repartida entre empréstimos, dotações de capital e perdões de dívida.

Depois do Orçamento do Estado para 2014 ter previsto um perdão da dívida da Estradas de Portugal, Metro de Lisboa (ML) e Refer na ordem 1.830 milhões de euros, o Governo reserva para o próximo ano 2.232,4 milhões de euros para a conversão de dívida em capital nas empresas que integram perímetro de consolidação das Administrações Públicas, o que inclui Estradas de Portugal, Refer, ML, CP e Metro do Porto.

DOTAÇÃO

  • 2.232,4 milhões de euros para a conversão de dívida em capital nas empresas que integram perímetro de consolidação das Administrações Públicas.
  • Dotações de capital, “em numerário”, no valor de cerca de 2.554,49 milhões de euros.
  • 1.508,78 milhões de euros para empréstimos destinos às empresas públicas não financeiras.
  • 147,99 milhões, por via de financiamentos a conceder pela Direcção-geral do Tesouro e Finanças, à Carris e STCP.

 

No final do primeiro trimestre deste ano, a dívida das empresas públicas reclassificadas era de 19,1 mil milhões de euros. Assim, “perspectiva-se, ainda, que em 2015, e à semelhança do ocorrido em anos anteriores, se prossiga a política de conversão gradual da dívida destas empresas ao Estado, em capital social, com o objectivo de reequilibrar as contas das mesmas, cujo valor estimado para 2015, sem reflexos orçamentais, poderá ascender a cerca de 2.232,4 milhões de euros”, lê-se no Orçamento do Estado.

O Executivo prevê ainda realizar dotações de capital, “em numerário”, no valor de cerca de 2.554,49 milhões de euros, de forma “a assegurar o pagamento à banca da dívida com vencimento em 2015, bem como a prossecução das actividades de investimento de interesse público”, das empresas reclassificadas dentro do perímetro de consolidação.

O Governo reserva uma verba de 1.508,78 milhões de euros para empréstimos destinados às empresas públicas não financeiras, verba que “permitirá fazer face a necessidades de

correntes da sua actividade”. Já para a Carris e STCP, que ainda permanecem fora do perímetro, o OE reserva 147,99 milhões, por via de financiamentos a conceder pela Direcção-geral do Tesouro e Finanças, para “estas empresas assegurarem o refinanciamento da divida bancária e prosseguir com a execução do investimento de interesse público, dando continuidade à política de contenção do endividamento das empresas públicas”.
Do universo das empresaspúblicas não requalificadas, o Executivo salienta, “pela sua dimensão”, a dívida da Carris e STCP, que ascende a 797,6 milhões e 409,7 milhões de euros, respectivamente. No caso da Carris, o valor agora divulgado representa um aumento de 1% face à dívida acumulada no final do último primeiro trimestre deste ano, últimos dados oficiais, em que o endividamento era de 789,2 milhões de euros. Já no caso da STCP,adívidacresceude398,7 milhões para 409,7 milhões de euros.

 

Comentário SNAQ

Governo inicia agora, no final do mandato, o que deveria ter feito no dia da tomada de posse. Não o ter feito saiu e continua a sair-nos demasiado caro.

Vejamos:
- a dívida total das empresas cresceu 20% só no Governo da actual maioria;
- o que foi pago em “SWAP” daria para reduzir significativamente a dívida (só na empresa Metro do Porto foram pagos 457 Milhões de Euros em 2014 que daria para pagar toda a dívida dos STCP).